Devido ao nosso estado de consciência equivocado, muitas vezes aquilo que foi criado para nos libertar acaba se tornando mais um tipo de prisão em nossas vidas.
Podemos usar a meditação como um destes exemplos, devido a um estado de percepção equivocado podemos acreditar que a meditação nos proporciona paz, bem estar, serenidade bem-aventurança etc., ou seja, devido a este estado de consciência nos esquecemos que todos estes estados internos são inerentes ao nosso “Ser” e passamos a acreditar que é a meditação que os proporciona, fazendo assim que nos aprisionemos a meditação.
Nós nos esquecemos que a bem-aventurança é nossa verdadeira natureza, nosso estado natural e a meditação é somente uma das ferramentas que nos permite eliminarmos aquilo que não somos, aquilo que apenas temporariamente estamos e desta forma manifestarmos nossa verdadeira natureza, nossa verdadeira realidade, nossa verdadeira essência, pois como os textos dizem somos: “Sat Chit Ananda, ou seja, existência, consciência e bem-aventurança”.
Swami Muktananda costumava dizer: “Quando você abraça a pessoa que ama aonde você sente o amor, nela ou em você?”.
Claro que sentimos o amor em nós mesmos, e se sentimos o amor em nós mesmos ele é nosso e ninguém pode proporciona-lo ou tira-lo uma vez que este sentimento e inerente a nós mesmos.
Mas nosso estado de consciência equivocado faz com que acreditemos que alguém é responsável por este sentimento e então nos aprisionamos a esta pessoa.
Só quando entendemos que o amor é um sentimento intrínseco ao nosso “Ser”, podemos compartilhar este sentimento com os demais sem criarmos uma prisão para nós mesmos!
Muitos outros exemplos poderiam ser dados, porém todos eles têm a mesma raiz, o esquecimento de nossa verdadeira natureza, o que causa a identificação com o que nós estamos e não com o que verdadeiramente somos!
Ou como diria Patañjali, a identificação do observador com o objeto observado.
Toda a pratica do yoga se destina a reverter este equivoco nos libertando de uma vez por todas do cativeiro da ilusão, pois só quando nossa mente se torna serena e tranqüila ela pode refletir a nossa verdadeira natureza.
Om shanti shanti shantihi Om
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