Existem muitas maneiras de se interpretar o Bagavad Gita, porem apenas uma aproxima-o do nosso dia-dia. Pelo fato de não sermos Hindus se o interpretamos apenas como um batalha que ocorreu em kurukshtra entre os Kurus, e os Pândavas à quase 5.000 anos atrás, talvez percamos a grande oportunidade de beneficiarmo-nos de todos os grandes ensinamentos contidos no Gita, tornando assim esta celebre obra um tanto quanto distante da nossa realidade. Porem se assim como Paramahansa Yogananda o faz em “Deus conversa com Arjuna”, interpretamos cada personagem do Gita como um dos aspectos existentes dentro de cada um de nós, trazemos cada vez mais o Gita para nosso dia-dia e percebemos que a batalha de Kurukshetra é na verdade a batalha que ocorre diariamente em nosso interior entre o “Bem” e o “Mal” ou melhor, entre a “Sabedoria” e a “Ignorância”, pois ambas se encontra o tempo todo dentro de todos nós.
Os personagens
Os personagens principais do Bhagavad Gita são: Krishna o “Ser Supremo” ou a “Consciência Suprema” e Arjuna que representa o homem eu seu estado evolutivo. O local onde a batalha tem lugar também é bem significativo; Kurukshetra e formada pela raiz sânscrita “Kr” que designa “trabalho, ação material e “Kshetra” que quer dizer “campo”, “esfera de ação”.Kurukshetra é então a representação do corpo humano com todas as suas faculdades.
No inicio do Gita o rei Dhrirtarashtra que representa a mente impulsiva e cega, a mente que mente, e por esta razão é representado como um rei cego, pergunta a Sanjaya, a consciência imparcial. “Ó Sanjaya, que fizeram os meus filhos e os filhos de Pându, depois de se reunirem no sagrado campo de Kurukshetra, estando desejosos de lutar?
Este primeiro verso do Gita descreve a batalha entre a inteligência descriminativa do “Eu” (os filhos de Pându) e as incontroláveis atividades da mente impulsiva e cega (os Kurus, ou os descendentes do rei cego Dhritarashtra).
Os Pândavas ou filhos de Pându são: Yudhishthira que representa a (calma), Bhima a (vitalidade, ou vontade espiritual), Arjuna o (autocontrole), Nakula a (lealdade) e Sahadeva a (prudência).
O exército dos Kurus que é liderado pelo filho mais velho de Dhrirtarashtra, Duryodhana que representa a (obstinação, e o desejo material), ainda conta com a presença dos seguintes soldados: Drona os (hábitos), Bhishma o (ego), Karna o (apego), Kripa a (ilusão), Ashvatthanam o (desejo latente), Vikarna a (repugnância, aversão), Bhurishvaras o (karma ou as ações materiais) e jayadratha o (apego ao corpo).
Nesta batalha diária ainda existe um grande agravante, alguns dos soldados do exército das más tendências impulsivas, além de serem em maior número, eles ainda possuem a capacidade de se mascarar e vir a parecer como um soldado das boas tendências descriminativas, como por exemplo, o que definimos como prudência pode muitas vezes ser apenas medo ou apego ao corpo, o que enxergamos como desapego, pode muitas vezes ser apenas uma aversão disfarçada de desapego e assim por diante.
Por isso Duryodhana diz no verso 9: do capitulo1 “Há muitos outros soldados que estão dispostos a sacrificar suas vidas pela minha causa (a obstinação dos desejos materiais). Todos estão bem equipados com diferentes tipos de armas, e são experientes na ciência das batalhas”.
No verso seguinte ele diz: “Nossa força é imensurável e estamos perfeitamente protegidos por nosso avô Bishma, ou seja, “o ego”, enquanto que a dos Pândavas, protegida cuidadosamente por Bhima, ou, a vontade espiritual, é limitada.
Estes versos demonstram o quanto nossas “más tendências” impulsivas tendem a se sobressair à nossa inteligência descriminativa.
Outro detalhe desta batalha é que em uma guerra real um soldado morto é um soldado morto e ponto, já na batalha interna muitas vezes pensamos ter eliminado algum destes soldados e quando menos esperamos, ele se apresenta em nossa frente e nos surpreende.
Por isso o yoga ensina a estarmos sempre conectados com o momento presente. Se quisermos vencer esta batalha não podemos nos esquecer disto nem por um instante, então, orai e vigiai!
Os personagens
Os personagens principais do Bhagavad Gita são: Krishna o “Ser Supremo” ou a “Consciência Suprema” e Arjuna que representa o homem eu seu estado evolutivo. O local onde a batalha tem lugar também é bem significativo; Kurukshetra e formada pela raiz sânscrita “Kr” que designa “trabalho, ação material e “Kshetra” que quer dizer “campo”, “esfera de ação”.Kurukshetra é então a representação do corpo humano com todas as suas faculdades.
No inicio do Gita o rei Dhrirtarashtra que representa a mente impulsiva e cega, a mente que mente, e por esta razão é representado como um rei cego, pergunta a Sanjaya, a consciência imparcial. “Ó Sanjaya, que fizeram os meus filhos e os filhos de Pându, depois de se reunirem no sagrado campo de Kurukshetra, estando desejosos de lutar?
Este primeiro verso do Gita descreve a batalha entre a inteligência descriminativa do “Eu” (os filhos de Pându) e as incontroláveis atividades da mente impulsiva e cega (os Kurus, ou os descendentes do rei cego Dhritarashtra).
Os Pândavas ou filhos de Pându são: Yudhishthira que representa a (calma), Bhima a (vitalidade, ou vontade espiritual), Arjuna o (autocontrole), Nakula a (lealdade) e Sahadeva a (prudência).
O exército dos Kurus que é liderado pelo filho mais velho de Dhrirtarashtra, Duryodhana que representa a (obstinação, e o desejo material), ainda conta com a presença dos seguintes soldados: Drona os (hábitos), Bhishma o (ego), Karna o (apego), Kripa a (ilusão), Ashvatthanam o (desejo latente), Vikarna a (repugnância, aversão), Bhurishvaras o (karma ou as ações materiais) e jayadratha o (apego ao corpo).
Nesta batalha diária ainda existe um grande agravante, alguns dos soldados do exército das más tendências impulsivas, além de serem em maior número, eles ainda possuem a capacidade de se mascarar e vir a parecer como um soldado das boas tendências descriminativas, como por exemplo, o que definimos como prudência pode muitas vezes ser apenas medo ou apego ao corpo, o que enxergamos como desapego, pode muitas vezes ser apenas uma aversão disfarçada de desapego e assim por diante.
Por isso Duryodhana diz no verso 9: do capitulo1 “Há muitos outros soldados que estão dispostos a sacrificar suas vidas pela minha causa (a obstinação dos desejos materiais). Todos estão bem equipados com diferentes tipos de armas, e são experientes na ciência das batalhas”.
No verso seguinte ele diz: “Nossa força é imensurável e estamos perfeitamente protegidos por nosso avô Bishma, ou seja, “o ego”, enquanto que a dos Pândavas, protegida cuidadosamente por Bhima, ou, a vontade espiritual, é limitada.
Estes versos demonstram o quanto nossas “más tendências” impulsivas tendem a se sobressair à nossa inteligência descriminativa.
Outro detalhe desta batalha é que em uma guerra real um soldado morto é um soldado morto e ponto, já na batalha interna muitas vezes pensamos ter eliminado algum destes soldados e quando menos esperamos, ele se apresenta em nossa frente e nos surpreende.
Por isso o yoga ensina a estarmos sempre conectados com o momento presente. Se quisermos vencer esta batalha não podemos nos esquecer disto nem por um instante, então, orai e vigiai!
2 comentários:
Namastê
A psicologia como ciência agrega muito conhecimento tácito neste seu depoimento em relação a formação dos valores humanos, do certo e do errado aprofundando os significados dos textos Hindus.
Ocidentais precisam se despojar de seus valores culturais e aprender a "vestir" a cultura oriental ,de forma limpa ,sem conceitos e pré conceitos...
Osnir você conhece o livro que tem o título " A emergência do Sagrado" a autora traça paralelos entre psicologia transpessoal e outras culturas...
Obrigada mestre ;por emprestar seus olhos nas fotos da India! Conheço este lindo país apenas pelo coração e pelos "cânticos" em suas aulas no cet (santo andré).
Ainda quero terminar meu curso de instrutor de Yoga com o senhor.
Namastê abç Jô(maratonista)
Namasté. Retirar o véu dos olhos... Vale dizer, como obra literária o Gita é maravilhosamente rico, mas quando podemos ao menos vislumbrar os contornos da verdadeira mensagem que seus versos trazem, entedemos que não poderia ser diferente quanto a sua dinâmica e perfeição poética. Quem ditou as palavras, certamente sabia fazer uma canção de criação...
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